Friday, June 30, 2006

post piroso (à princesa baunilha...!)

ora benvinda à familia mais melhor boa do mundo, senhora!

Thursday, June 29, 2006

Soon this space will be too small
And I'll laugh so hard
That the walls will cave in


Lhasa de Sela
Agora estou nu e toda a mentira me é impossível; agora estou nu e todas as palavras são inúteis; agora estou nu diante da imensidade e não posso ao mesmo tempo com o céu e o inferno. Este momento trágico, esta pausa, este horror em que cada um se vê na sua essência, em que cada ser se encontra sós a sós com a sua própria alma, reduzido sem artifícios à sua própria alma, só tem outro a que se compare, aquele em que cada um vê a alma dos outros.
Porque, por melhor ou pior que tenhamos julgado os outros, vimo-los sempre através de nós mesmos.

(...)

Raul Brandao

(que luxo, estes blogs que p'raqui andam que me fazem ler estas coisas boas.)

O morto e o vivo

Inútil pedir
perdão
dizer
que o traz
no coração

O morto não ouve

Ferreira Gullar

Wednesday, June 28, 2006

fui ver, em viena, com a xana, "the road to guantanamo". ainda estou a digerir.
e para quem quiser (ou achar que deve) saber mais: o relatorio escrito sobre as condiçoes de vida dos prisioneiros em guantanamo.

coisas de viena






schiele, schiele e schiele
klimt (o quadro chama-se esperança - e, de repente, tu, mana minha!, ali, gravida, no meio do museu!:))
schonbrunn (mega palacio onde morou a sissi. mil quinhentos e trinta sete milhoes de trilhioes de salas. jardins e labirintos à alice no pais das maravilhas)
belvedere (palacio a imitar schonbrunn, de que eu gostei mais. onde vi os primeiros klimts e schieles)
(a viena que eu vi e fotografei, para outro dia, que isto de estar sem computador dificulta a tarefa)

Sunday, June 25, 2006

Now in Vienna there's ten pretty women
There's a shoulder where Death comes to cry
There's a lobby with nine hundred windows
There's a tree where the doves go to die
There's a piece that was torn from the morning
And it hangs in the Gallery of Frost

Take this waltz, take this waltz
Take this waltz with the clamp on its jaws
Oh I want you, I want you, I want you
On a chair with a dead magazine
In the cave at the tip of the lily
In some hallways where love's never been
On a bed where the moon has been sweating
In a cry filled with footsteps and sand

Take this waltz, take this waltz
Take its broken waist in your hand
This waltz, this waltz, this waltz, this waltz
With its very own breath of brandy and Death
Dragging its tail in the sea
There's a concert hall in Vienna
Where your mouth had a thousand reviews
There's a bar where the boys have stopped talking
They've been sentenced to death by the blues
Ah, but who is it climbs to your picture
With a garland of freshly cut tears?

Take this waltz, take this waltz
Take this waltz it's been dying for years
There's an attic where children are playing
Where I've got to lie down with you soon
In a dream of Hungarian lanterns
In the mist of some sweet afternoon
And I'll see what you've chained to your sorrow
All your sheep and your lilies of snow

Take this waltz, take this waltz
With its "I'll never forget you, you know!"
This waltz, this waltz, this waltz, this waltz ...
And I'll dance with you in Vienna
I'll be wearing a river's disguise
The hyacinth wild on my shoulder,
My mouth on the dew of your thighs
And I'll bury my soul in a scrapbook,
With the photographs there, and the moss
And I'll yield to the flood of your beauty
My cheap violin and my cross
And you'll carry me down on your dancing
To the pools that you lift on your wrist
Oh my love, Oh my love

Take this waltz, take this waltz
It's yours now. It's all that there is.


(e estava eu em belvedere, a ver klimt e schiele quando, de repente, o leonard cohen comecou a cantar isto ao meu ouvido, ou, aos meus ascultadores...!)

Thursday, June 22, 2006

.
.
.
nao há descanso para os perdidos da fé?
.
.
.
.
.
.
.
esta sol la fora e faz-me muita falta o mar.
.
.
.
.
experiencia alucinante:
bar al buio.
bar às escuras., organizado por uma associaçao de cegos de Trento.
um bar em absoluta escuridao -daquela que nem quando fechamos os olhos conseguimos ter, mesmo escuro breu, inseguro breu. onde perder o copo na mesa é uma aventura de fazer ter medo. onde perguntamos cada 2 minutos se as pessoas com quem viemos ainda estao à mesa connosco. onde larguei o meu saco passado meia hora, porque me sentia tao insegura que nem apoia-lo na cadeira me ocorreu. onde tive vergonha de ver. onde me ri da expressao "occhio!" (atençao!, em italiano, que significa olho). onde aprendi que os cegos tem umas maquinas para saber de quanto sao as notas. onde percebi quanto diferente os pesos das moedas. onde percebi que o escuro faz mesmo medo. onde fiz muitas perguntas. onde perdi todos os raciocinios. onde me era mesmo dificil seguir uma conversa, porque falar com o escuro é estranho. onde percebi a importancia de ver a pessoa (os olhos? a boca? a presença?) com quem se fala. onde partilhei a intimidade (desta vez, intimidatoria) da escuridao.
e de repente a realidade parece mudada no photoshop, ha demasiada cor.
quero fazer isto em lisboa.
.
.
.
.
.
.
verão
.
.
.
.
.
começaram os campos de férias com os miudos.
ouch.
ritmo campo de férias.
cansaço quase quase campo de férias (durmo a casa e portanto descanso, mas falo italiano -ou tento- e portanto canso).
fomos a garland, o maior parque de diversoes de italia. juro, eu era um deles, dos miudos. no dia seguinte doia-me o corpo inteiro: metade pelos abanoes das motanhas russas, metade de tanto rir.

Thursday, June 15, 2006

.
.
.
ca(u)sa
.
.
.
Guantanamo
'bora escrever uma carta ao Bush e ao Rumsfeld a pedir que fechem a prisao onde estao 460 homens detidos, a maioria dos quais sem acusaçao ou julgamento, alguns ha mais de 5 anos?

Wednesday, June 14, 2006

"continuar a viver a sua vida. ele sabe que a sua vida é uma merda, mas é tudo quanto tem. continuar a vive-la. pois sim.
quando em fins de agosto teve alta do hospital, estava decidido a fazer isso. e, com a ajuda de um grupo de apoio a que aderiu, conseguiu chegar pelo menos a meio do caminho. era dificil, mas com a ajuda de jimmy foi-se aguentando, esteve sem beber quase tres meses inteiros, ate novembro. mas entao -e nao foi por causa de alguma coisa que alguem lhe dissesse, ou de alguma coisa que visse na televisao, ou da proximidade de mais um dia de acçao de graças sem familia, mas sim porque nao havia alternativa para farley, nenhuma maneira de impedir o passado de voltar e impor-se, impor-se e intima-lo a agir, a exigir-lhe uma enorme reacçao-, em vez de ter ficado tudo para tras, estava tudo a sua frente.
uma vez mais, era a sua vida"

Philip Roth - A mancha humana
(as coisas que aprendo quando falo contigo, anjo)
porque me é mais dificil partilhar a felicidade que a tristeza com quase-estranhos.
porque para mim partilhar felicidade implica mais intimidade, que talvez nao tenha aqui.
ou talvez esta minha felicidade esteja mais perto de ser absoluta que a tristeza que sinto. e talvez seja a partilha de o-que-quer-que-seja de absoluto que me exige intimidade.
"sendo assim, e tendo transformado a experiencia da reclusao radical numa existencia solitaria rica e plena, por que motivo havia, inesperadamente e sem mais nem menos, de me sentir sò, privado? mas privado de que? o que passou, passou. nao é possivel abrandar o rigor, desfazer as renuncias. sò, privado de que, precisamente? é simples: daquilo por que adquirira uma aversao. daquilo a que virara as costas. de vida. do envolvimento com a vida"

Philip Roth - A mancha humana
"olhe, por alguma razao, tudo quanto voce faz tem de ter a inexorabilidade como explicaçao e tudo quanto delphine roux faz tem de ter a virtude como explicaçao. nao està a mitologia povoada de gigantes, monstros e serpentes? ao defini-lo como um monstro, ela define-se como uma heroina. essa é a maneira dela de aniquilar o monstro. é a sua vingança voce predar os indefesos."

Philip Roth - A mancha humana
"-desistir dessa maneira, dizendo alegremente 'nao fui capaz', desistir de todo esse trabalho, de todo esse odio... como vai voce preencher o vazio deixado pela afronta?
- nao vou."


Philip Roth - A mancha humana
"nao sei fazer o que os profissionais fazem. ao escrever a respeito de mim mesmo, nao sei lidar com o distanciamento criativo. pagina apos pagina, continua a ser a realidade crua, em carne viva. um arremedo da memoria autojustificativa"

Philip Roth - A mancha humana
"deixem-nos fazer isso e deixem-nos dizer-me, depois, se nao compreenderam finalmente a famosa doutrina da catarse desencadeada pela tragédia"

Philiph Roth - A mancha humana

Monday, June 12, 2006

.
.
.
Sono felice, sono così felice da chiedere perdono
Fiorella Mannoia

Thursday, June 08, 2006

lembras-te, matilde, de escrever nos braços o que ouviamos?

Wednesday, June 07, 2006

tenho lido muito e escrito pouco.
ou
a book a day keeps the doctor away.
ou
em busca da bolsa de estudos perdida
ou
fui aceite num curso de interpretacao!
ou
como explicar o orgulho em ter sido aceite
ou
quando chega o verao aos alpes?
ou
estou feliz e solarenga
ou
amanha começo a ler o retrato de um artista enquanto jovem
ou
p'ra quando um post?

Thursday, June 01, 2006

.
.
.
.
a saudade é tudo ser igual.
daniel faria