Porém a terra acordou cansada. Vezes de mais deu vinho e pão à força, à usura. Recusou a oferta do ouro, mas alimentou o exército errado. Confundiu a espada com os tranquilos. Agora cansou-se; fechou a porta. Não é o momento da dança, ainda, nem sequer do repouso. De manhã o homem volta ao trabalho; a mulher ao adultério. É o último homem a baixar o coração que o diz: não exista terra onde o mal se esconda. Na manhã seguinte o exército regressa; e até os santos começam a aceitar, no caminho, a carruagem confortável e as coroas de ouro.
Que no céu chova e que da terra subam frutos: a Mulher é a dona do mundo, das árvores. A Mulher é útil, passa a noite no campo, quer fazê-lo forte, fértil. Do alto da gravidez a rapariga encanta a vegetação e os animais; a natureza senta-se à sua direita e permanece dócil. A Mulher tem dois filhos: o filho e a natureza. Deita água sobre os animais para restaurar o mundo. E eles crescem.
(...) Nem vinho nem fogo, as mulheres embriagam-se com os dias, com os filhos vermelhos que o útero imagina. Ensina a levitação, a fidelidade, a paciência: é a mulher; e até as Raparigas têm carne mais antiga que o dono da cidade (...)
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Porém a terra acordou cansada.
Vezes de mais deu vinho e pão à força, à usura. Recusou a oferta do ouro, mas alimentou o exército errado. Confundiu a espada com os tranquilos.
Agora cansou-se; fechou a porta. Não é o momento da dança, ainda, nem sequer do repouso.
De manhã o homem volta ao trabalho; a mulher ao adultério.
É o último homem a baixar o coração que o diz: não exista terra onde o mal se esconda.
Na manhã seguinte o exército regressa;
e até os santos começam a aceitar, no caminho, a carruagem confortável e as coroas de ouro.
Que no céu chova e que da terra subam frutos:
a Mulher é a dona do mundo, das árvores.
A Mulher é útil, passa a noite no campo,
quer fazê-lo forte, fértil.
Do alto da gravidez a rapariga encanta a vegetação e os animais;
a natureza senta-se à sua direita e permanece dócil.
A Mulher tem dois filhos: o filho e a natureza.
Deita água sobre os animais para restaurar o mundo.
E eles crescem.
(...)
Nem vinho nem fogo, as mulheres embriagam-se com os dias, com os filhos vermelhos que o útero imagina.
Ensina a levitação, a fidelidade, a paciência: é a mulher;
e até as Raparigas têm carne mais antiga que o dono da cidade
(...)
o Livro dos Ossos. GMT
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