Monday, February 05, 2007

disseram-me no curso que a união africana não aceita para seus funcionários pessoas sem uma nacionalidade africana. fiquei chocada. depois, acrescentaram que a união europeia faz igual: quem não tem uma nacionalidade europeia, não pode ser funcionário da união europeia.
não sei nada de nada sobre relações internacionais, não quero fazer generalizações. mas dei a pensar no mundo dos intérpretes de conferência (digam lá que não tem um nome chic, a minha futura profissão...). não consigo perceber bem porque é que uma brasileira tem menos direito a trabalhar como intérprete para a união europeia do que eu. uma brasileira que sabe, vamos inventar, polaco, eslovaco e sueco, não pode trabalhar na cabine portuguesa porquê? e se souber finlandês? não há nenhum português, nem nunca houve, a trabalhar na cabine portuguesa que fale finlandês. portanto quando alguém fala em finlandês (e o comissário para o alargamento é finlândes e o que não faltou nos últimos tempos foi alargamentos) a cabine portuguesa tem de esperar a interpretação de outra cabine (imaginem-nos, a inglesa) para depois, daí (no caso, do inglês) criar a versão portuguesa. e é oficial que fazer isto piora, e muito!, a qualidade da comunicação. a brasileira, que falasse finlandês, de qualquer maneira não podia preencher esta falta. faz sentido?
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eu não sei, não sei mesmo, não são perguntas retóricas que querem apontar num sentido. são só perguntas.
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e dei por mim a pensar que acho que não concordo com esta regra mas que se, será da culpa?, alguma das duas organizações internacionais tem de ceder desta regra, teria de (deveria? é um discurso moral, suponho que a palavra que quero é deveria) ser a união europeia. apresso-me a justificar que é justo que assim fosse: algumas vantagens há de ter teremos-lhes impingido a nossa língua. mas faz sentido, sequer?
à boa italiana, e péssima intérprete porque não encontro equivalente em português: boh.

4 Comments:

Anonymous Anonymous said...

"não consigo perceber bem porque é que uma brasileira tem menos direito a trabalhar como intérprete para a união europeia do que eu"

porque as pessoas vivem em grupos para salvaguardar os seus interesses. A união Europeia salvaguarda os interesses dos seus, e só depois, os dos outros.

1:36 PM  
Blogger janeca said...

e não é do interesse da união europeia ter uma interpretação directa do finlandês, por exemplo?
eu não digo que a nacionalidade não deva ser um critério a ter em conta, aliás!, acho que pode ser. custa-me é que seja um critério de exclusão, logo à partida.

3:28 PM  
Anonymous Anonymous said...

ZzzZzzzzzzzZzz......

10:53 PM  
Blogger Virgin Mary said...

tens muita razão Janeca, tens muita razão.

9:37 PM  

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